POLITÍCA NACIONAL
Lembrança da luta contra a violência política marca homenagem a Marielle e Anderson
POLITÍCA NACIONAL

Sete anos após o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, a Câmara prestou uma homenagem à vereadora do Rio de Janeiro, que se tornou um símbolo no combate à violência política.
Os parlamentares lembraram a atuação de Marielle contra o crime organizado no município, especialmente as milícias, e também a defesa das populações negra e LGBTQI+. A sessão proposta por deputados do Psol, partido ao qual a vereadora era filiada, teve presença de familiares de Marielle e de Anderson, representantes do movimento negro e outras organizações da sociedade civil, além dos parlamentares.
Mônica Benício, viúva de Marielle e vereadora no Rio de Janeiro, falou sobre a continuidade da herança política de Marielle Franco simbolizada durante a homenagem na Câmara.
“Sete anos depois, a surpresa de ver esse plenário cheio de companheiras e companheiros é a certeza de que o que Marielle disse no seu último 8 de março, que as rosas da resistência nascem do asfalto, é também a profecia se cumprindo na nossa luta, na nossa esperança de levar o legado, porque legado não é só o que se deixa, mas também o que se leva adiante. Isso é a expressão máxima de que nem a morte pôde vencer Marielle Franco”, disse Mônica Benício.
Anielle Franco, irmã de Marielle e ministra da Igualdade Racial, também falou sobre a memória da irmã como uma forma de incentivar a luta política.
“A gente vai estar aqui sempre, de punho cerrado, enquanto houver sangue correndo nas nossas veias, porque a Marielle ressignificou a vida de muitas pessoas e a minha foi uma delas”, disse Anielle. “Pensar também esse bem viver que não pode achar normal o número de violência política que assola o nosso país, o número de mulheres assediadas em espaços de trabalho, em espaços de poder, o número de pessoas que é negado estar em espaços de protagonismo também”.
Data comemorativa
Nesse sentido, a líder do Psol, deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), defendeu a aprovação de uma proposta (PL 6366/19) que institui o Dia Nacional Marielle Franco. A data de 14 de março também seria o Dia Nacional das Defensoras e Defensores de Direitos Humanos. O texto teve a urgência aprovada e já pode ser analisado pelo plenário da Câmara.
Talíria Petrone lembrou ainda os mais de 1.100 casos de violência contra defensores de direitos humanos ocorridos no Brasil entre 2019 e 2022, de acordo com um levantamento feito pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global.
Para a deputada, a morte de Marielle escancara falhas na proteção dessas pessoas, além da presença do crime organizado enraizado em espaços de poder.
“A execução brutal de Marielle e Anderson não foi um evento isolado, mas um marco do aprofundamento da violência política no Brasil. Marielle foi assassinada pela milícia do Rio de Janeiro porque sua luta por justiça e igualdade ameaçava os privilégios desses poderosos”.
Para a deputada Carol Dartora (PT-PR), tentaram silenciar a vereadora, mas sua luta fez nascer ainda mais mulheres negras e jovens da periferia interessados em ocupar espaços de poder.
“É sempre muito emocionante pensar na Marielle, especialmente refletindo quem eu sou hoje, uma mulher preta no parlamento que também está exposta a todo tipo de violência política. Marielle denunciou a violência do Estado, a desigualdade e a falta de políticas públicas para a população negra, para as mulheres, para a comunidade LGBTIQIA+, e para as periferias”, afirmou.
Mobilização
Aghata Reis, viúva de Anderson Gomes, classificou o crime como “um ataque à democracia” e lembrou a importância da mobilização social durante o processo de investigação.
“A justiça só foi possível até agora, só avançou porque teve muita pressão. Sete anos depois, a gente está aqui para reafirmar que a Marielle e o Anderson não serão esquecidos. E isso não é apenas um discurso de luto, mas um compromisso com a verdade, com a justiça”, disse.
Punição
A urgência em punir os mandantes do assassinato de Marielle Franco também foi lembrada, sobretudo a cassação do mandato de um dos acusados, Chiquinho Brazão (S.PART.-RJ), deputado federal pelo Rio de Janeiro.
O deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ), que atuou como vereador ao lado de Marielle e de Chiquinho Brazão, destacou que o Conselho de Ética da Câmara já se manifestou pela perda do mandato de Brazão, mas falta a votação em plenário.
“Essa dor pessoal segue aberta enquanto os mandantes não forem devidamente condenados. Não é possível continuar vendo o nome de Chiquinho Brazão neste painel, durante esta sessão. Ele não tem condições morais, éticas, de continuar aqui”, enfatizou.
As defesas dos acusados negam a existência de provas suficientes de envolvimento no crime. Os assassinos e ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados em outubro de 2024.
Além do deputado Chiquinho Brazão, outros dois mandantes são apontados no depoimento do executor Ronnie Lessa: seu irmão Domingos Brazão – conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro – e Rivaldo Barbosa – chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro no momento do crime.
Reportagem – Karin Santin
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados

POLITÍCA NACIONAL
Participantes de homenagem pelo Dia da Síndrome de Down ressaltam direito à inclusão na escola e no mercado de trabalho

Participantes de sessão solene no plenário da Câmara dos Deputados em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down ressaltaram a importância de políticas públicas para permitir que todos desenvolvam suas capacidades e vivam com autonomia. O deputado Márcio Honaiser (PDT-MA) lembrou que todos precisam de suporte e que as dificuldades que as pessoas com Down enfrentam “muitas vezes estão nos outros, mais que nelas mesmas”. Ele é pai de uma menina com a síndrome, a Maria Helena, que estava com ele no plenário.
“Ninguém caminha sozinho. As pessoas como síndrome de Down e suas famílias precisam de suporte adequado para que possam desenvolver todo seu potencial”, disse Honaiser.” Minha filha, Maria Helena, é uma das grandes razões pelas quais estou aqui hoje falando sobre inclusão, respeito e oportunidade. Assim como qualquer criança, ela tem sonhos, capacidades e o direito de viver com dignidade e autonomia”, ressaltou.
Márcio Honaiser defendeu ainda que o capacitismo, visão preconceituosa que define a pessoa a partir de sua deficiência, tem de ser combatido com políticas públicas e oportunidades. Dentre as ações que o poder público precisa adotar, o deputado destacou a inclusão escolar de qualidade e a acessibilidade no mercado de trabalho, para que as pessoas com deficiência possam trilhar seus próprios caminhos com independência.
Espaço e independência
Vitória Mesquita atua como modelo, artista, fotógrafa, skatista e influenciadora digital e também falou no evento. “Eu sou a Vitória, tenho 26 anos, sou baixa, tenho cabelo liso, metade louro, metade castanhos, tenho olhos amendoados. Sou madrinha do CrisDown, o primeiro ambulatório do SUS para pessoas síndrome de Down”, disse, no Plenário da Câmara.
Vitória sustentou que o primeiro passo para a verdadeira inclusão é permitir que as pessoas com síndrome de Down, ou qualquer outra deficiência, ocupem espaços de destaque e sejam ouvidas.
“Crescemos, votamos, trabalhamos, temos sonhos e queremos ser respeitados nas nossas decisões. Queremos ter voz, queremos dar nossa opinião. E mais que isso, queremos escolher. Queremos ter o direito de participar das decisões que afetam a nossa vida. Precisamos ser vistos como adultos capazes, protagonistas da nossa própria história”, completou.
Psicóloga clínica e mãe atípica, Adriana Rodrigues de Souza também ressaltou que as pessoas com síndrome de Down não são eternas crianças. A psicóloga sustentou que elas se tornam adultas, querem empregos, ter relacionamentos e se divertir, como qualquer outra pessoa.
Uma das autoras do pedido para a realização da homenagem, a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) lembrou que o Dia Internacional da Síndrome de Down foi instituído pela Organização das Nações Unidas em 2011. A data é comemorada em 21 de março em referência à causa da síndrome de Down, uma alteração no cromossomo T21.
De acordo com a deputada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que cerca de 300 mil brasileiros vivem com a síndrome – pessoas que, com políticas públicas, podem se desenvolver e viver com autonomia.
“O desenvolvimento dos indivíduos com síndrome de Down pode ser ainda maior, caso ocorra o acompanhamento de alguns profissionais – os fisioterapeutas, que podem contribuir para o desenvolvimento motor; os fonoaudiólogos, que auxiliam na articulação dos sons e no fortalecimento da musculatura da face e boca; os terapeutas ocupacionais, que atuam na estimulação das habilidades motoras finas e intelectuais. Portanto, esta Casa precisa lutar para darmos a essa população a oportunidade de ter esses profissionais no seu tratamento.”
Autora de outro requerimento que pediu a realização da sessão solene, a deputada Erika Kokay (PT-DF) ressaltou que as pessoas são diferentes umas das outras. E acrescentou que é a sociedade que carrega uma deficiência quando não possibilita que todos estejam em todos os lugares e possam exercer todos os seus talentos e todas as suas capacidades.
Reportagem – Maria Neves
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados
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